sábado, 29 de março de 2014

AS PALAVRAS E A DRAMÁTICA


As palavras são minhas contraditórias maneiras de existir no mundo.
Há momentos que posicionam-me, outros, deslocam-me.
Os rabiscos da minha existência são delineados pela experiência que tive com várias narrativas. Estas (auto)constituem verbos-ações na existência linguística .
Quando era criança fui analfabeto, comecei a ler os ‘livros-mundo’ aos treze anos.
O número do aziago perseguia-me a partir daí.
Lembro-me que ao primeiro olhar sobre as letras, estas repugnaram-me.
Penso que é porque sou avesso à gramática-dramática.
A fobia das letras fez-me regurgitar os vômitos lexicais.
A dramática encalça como um demônio súcubo da noite, voraz e impiedoso.
A gramática drena a minha sentimentalidade com as palavras e transforma-me em vivo-morto.

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