AS
PALAVRAS E A DRAMÁTICA
As
palavras são minhas contraditórias maneiras de existir no mundo.
Há
momentos que posicionam-me, outros, deslocam-me.
Os
rabiscos da minha existência são delineados pela experiência que tive com
várias narrativas. Estas (auto)constituem verbos-ações na existência
linguística .
Quando
era criança fui analfabeto, comecei a ler os ‘livros-mundo’ aos treze anos.
O
número do aziago perseguia-me a partir daí.
Lembro-me
que ao primeiro olhar sobre as letras, estas repugnaram-me.
Penso
que é porque sou avesso à gramática-dramática.
A
fobia das letras fez-me regurgitar os vômitos lexicais.
A
dramática encalça como um demônio súcubo da noite, voraz e impiedoso.
A
gramática drena a minha sentimentalidade com as palavras e transforma-me em vivo-morto.
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