sábado, 15 de setembro de 2012




Viver, uma dádiva intensa e gratificante de que somos portadores. Completar “eras” é uma experiência marcante, pois, com ela, vem-nos à memória, alegrias, dores, frustações, anseios, vivências, lágrimas, perdas, ganhos, conquistas, que na maioria das vezes, tornam-se amargas ao longo da trajetória, dependendo de como lidamos com cada uma dessas “educadoras” em nosso foro íntimo. Considero a experiência na jornada terrena como um Educandário, em que a pluralidade (con)vive comigo e eu (con)vivo com ela. Num sentimento de intensa troca, somos influenciados pelos outros, pois, precisamos dos outros para nos constituir como Outro. Posso dizer diante de tudo que vivi até os meus 32 anos, que sou uma pessoa feliz, triste, esperançosa, resiliente, lutadora, sou SER HUMANO, como todo o outro SER HUMANO. Por isso, acredito que o SER HUMANO é algo que valha a pena no mundo e assim, não desacredito de sua potencialidade. Agradeço por todas as pessoas que estão dispostas a enveredar comigo por esse caminho desconhecido que chamo de VIDA. Agradeço também pelos outros que não estão mais em minha vida. Outros que, por escolhas minhas/nossas, não estão comigo, afinal, amigos, temos a dádiva de escolhê-los e, de certa forma, estes contribuíram muito para o meu crescimento enquanto estavam de mãos dadas comigo. Sem essas pessoas (que convivi e convivo), com certeza a minha jornada tornar-se-ia insuportável... Uma das coisas que aprendi na vida é ser grato, é desenvolver o sentimento de gratidão, de tudo que sou/estou/tenho. Para mim, é um bem precioso ser grato. É uma riqueza que poucos exercitam nesse “mundo em descontrole”... Diante de todas as emanações, felicitações direcionadas a mim, embora, não sou tudo isso que muitos disseram, sigo transpondo pedras, obstáculos, sem nunca deixar de aprender e absorver o que cada um tem de melhor. Sigo enaltecido e aquilatado por ter pérolas em minha vida, que, através de muitas resistências, dores, (trans)formações, abrilhantam o meu contexto existencial. Aqui, deixo registrado a todos os meus amigos, familiares, alunos e alunas, o quanto sou agradecido por somar na vida de cada um o tudo e o nada, dentro e fora do que sou/estou na imensa névoa Cósmica (Universo). Quero aprender sempre e reconhecer que ainda não sei nada, embora, um passo avancei na senda do conhecimento, sigo na certeza que muito ainda tenho de aprender com os meus companheiros(as) de Educandário. Sintam-se abraçados e afetuosamente amparados pelo meu carinho, diante de tudo que recebi no dia do meu aniversário pelas lembranças ditas, escritas, e silenciadas.  Luz e paz a todos!!!

by Aldo Fernandes! ( mensagem publicada no facebook no dia 15/09/12) 

sábado, 8 de setembro de 2012


MEMÓRIAS...
Não é o início...
Fui gestado. Esperado. Desejado. Nasci.
Cresci, era homem.
Olhava-me, não gostava do que via.
Era um e outro. Um homem. Outro rosto. Outra alma. Outra persona.
Amei? Não sei. Me amei. Não me amaram...
Não me amaram porque não era modelo. Não me amaram porque não era a norma. Não me amaram... Por quê?
Vivi. Cresci. Sofri. Amadureci. Feri e feriram-me. Caí...
Sobrevivi. Levantei. Acreditei. Odiei. Chorei. Sonhei...
Transformei. Lutei. Maltratei. Maltrataram-me...
Sempre amei, vivi, cresci,sofri,amadureci,feri,sobrevivi,levantei,acreditei,odiei,chorei,sonhei, transformei, lutei, maltratei...
Queria ser amada como sou. Nem isso, nem aquilo, nem o outro. Eu.
Estava morta em vida. A sociedade matava-me todos os dias. Quando me deixava invisível...
...Invisível, sem escola, emprego, amores, dignidade, identidade...
Só queria o amor. A vida. A dor de ser eu mesma. Não foi possível. Mataram-me...
Morri duas vezes. Uma quando nasci homem e outra quando enterram-me homem.
Acordei e vi como gostava de ser vista.
Linda para mim e para o meu espelho.
Não é o fim...

by Aldo Fernandes!
 (Homenagem a alguém especial que não conheci, mas, que sei, foi muito especial nos corações de quem o amou...)  Mensagem publicada no facebook dia 08/09/12.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012




E a educação...
Acho muito interessante o que os governos de alguns estados tem feito: protocolado uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) contra o Piso dos professores da escola básica. Ora, isso é uma mensagem muito importante para toda a sociedade, a mensagem deixada é: a educação brasileira não é importante, pois, não se carece da valorização desses profissionais.  Retirar direitos como tantos outros que já foram surrupiados (a titularidade de 30%), inclusive do meu salário e de tantos outros professores, em nome de “investimentos” no professorado, é uma das “benesses” propostas aos docentes. Para terem ideia do absurdo e do respeito com os profissionais da educação pública em Goiás, alguns professores pagaram simplesmente R$ 1000,00 no curso para que obtivessem a titularidade. No caso deste que vos escreve, o curso foi feito em menos de cinco meses ao tomar posse no serviço público e conquistado o direito líquido de ter a titularidade. No entanto, retira-se e fica por isso mesmo (dizem alguns “ninguém perde com isso”). Essa prática é arbitrária e deixa uma mensagem muito interessante para todos os jovens brasileiros: não sejam professores, pois, não queremos respeitá-los!
É Evidente, que um professor que busca sempre se aprimorar em sua “carreira” profissional, não se assujeitará a tais manobras impostas pelos “donos do poder”. Entretanto, percebam, não são todos os profissionais da educação que têm a oportunidade de cursar uma pós-graduação (stricto–senso; mestrado e doutorado), para terem o direito à titularidade de volta. Além disso, não estudarão tanto para receber um salário que não paga nem a quantidades de noites e livros investidas nos estudos acadêmicos. Mais uma vez, a sociedade é quem vai perder, pois, são as gerações futuras as maiores prejudicadas por tais práticas governistas. O preço já está sendo pago, embora os números corroborem o que o povo gostaria/desejaria no Brasil: uma educação de qualidade. É importante dizer, que os números não são neutros e que estes podem ser manipulados a bel prazer, tudo pode ser construído a partir de uma intencionalidade e não neutralidade, como alguns acreditam. Nesse sentido, analisar necessita de maior reflexão. Quanto menos os professores ganharem, melhor a subordinação, a subalternização, estes trabalham/ão por horas exaustivas (60h)-como operários das fábricas na Revolução Industrial. Assim, nesse processo de “produção”, temos mais alunos/as alienados do contexto social para ocuparem as máquinas sofisticadas nas “fabricas-indústrias” e deixam-se os lugares sociais privilegiados para os “filhos do poder”, estes, reproduzem as práticas de subordinações ensinadas pelos seus genitores e assim, ninguém transforma a realidade social, só sobrevive. A lógica é simples, alienam-se muitos para que a exploração seja sutil, indolor, dócil. Para o capitalismo e o neoliberalismo, isso é perfeito, deixa-se que o “mercado seleciona” sempre os ‘melhores’. Em vez de a sociedade achar que a escola é locus para deixar os seus filhos sendo “cuidados”, acredita-se, que o necessário é entender o processo educacional para perceber que muitos terminam o Ensino médio e sequer têm acesso aos estudos acadêmicos superiores, por quê? Porque embora exista um discurso que diz que todos têm acesso à educação superior, poucos realmente conseguem terminar os estudos e atuar na área que estudaram. Portanto, faço da escrita o exercício da minha cidadania, faço com que esses traços sejam as vozes de tantos outros colegas profissionais da educação que vivenciam a angustiosa declinação que a educação brasileira atravessa e que por limitações, são silenciados. Sigo adiante acreditando que a sociedade despertará antes que haja um “apagão” de profissionais melhor preparados para o exercício da docência na rede básica de ensino e assim, interrompo essa escrita que por ora, já chegou ao objetivo proposto: refletir sobre as práticas simbólicas de violência na educação básica. Ensejo que compartilhem esse texto, para que outras pessoas tenham acesso, pois, a educação é dever de todos nós, lutar por ela, é direito e dever de todos!
by Aldo Fernandes (texto publicado no facebook dia 07/09/12)

quinta-feira, 6 de setembro de 2012






CADÊ O POTE DE OURO?

As pessoas estão cada vez mais inseguras quanto ao contexto  contemporâneo em que vivem. Embora, dizem algumas, que estão solitárias e querem encontrar alguém para uma possível relação , não estão preparadas para tal empreitada. Não estão preparadas pois, busca-se no outro aquilo que não tem em si, como forma compensatória de preencher lacunas... Com um olhar mais atento, não precisa de acurada visão, percebe-se que muitos estão no discurso do "politicamente correto", que aceita a diversidade, e diversidade aqui nesse texto pressupõe toda e qualquer forma de expressão humana (classe socioeconômica, etnia, sexualidades, etc.), mas que na prática isso não se verifica. Numa sociedade que valoriza uma beleza imposta, construída e fabricada por uma hegemonia ditadora , verifica-se que os  os sujeitos são tidos como "zumbis", devoradores de carnes humanas putrefatas/coisificadas. Não estando satisfeitos nunca, posto que a fome é insaciável, busca-se outros , outros, outros, e descarta-se os "restos" como forma de afirmar que se constrói uma nova ordem social. Um dos requisitos mais exigidos na atualidade , pelo que se observa na lógica televisiva,discursiva, social e Capitalista, é que o  "objeto carro" tem um grande construto de poder , como se fosse um mundo à parte do externo mundo dos mortais,  o/a homem/mulher belo/a(?),magro,branco/rico e com carro ( de preferência que não seja o 'popular' )são tidos como seres superiores.Assim, tenho carro , cada vez mais potente com velocidades exorbitantes que nunca posso usar nas rodovias, tenho um "universo particular" que tira-me da apatia que vivo no mundo cotidiano. Por isso, o discurso do utilitário-completo. Nesse sentido, não possuir carro é dizer socialmente que não se é detentor de "status" ,de amigos, de namorados/as,de PODER. Logo, não merece  participar do espetáculo que a vida pós moderna exige: aparecer sempre! Pensemos nas maneiras impostas de ser/estar que a sociedade caminha e reflitamos sobre o que as pessoas representam em nossas relações:são coisas, mercadorias, objetos líquidos, ou estão aqui conosco para somar e construir  algo que valha a pena através da existência humana que é singular singular? Encontremos o nosso pote de ouro através dos valores  humanos e  éticos para  que não  percamo-nos no  vácuo do tempo...Luz!!!

by Aldo Fernandes ( texto publicado no facebook no dia 06/09/12)