quarta-feira, 29 de agosto de 2012




A BUSCA...
Cansei de procurar você. Relutei para não esperar por você. Olhava rostos, via-os como a mim mesmo. Não gostava do que divisava. Os rostos eram a minha forma, as minhas dúvidas, medos; a minha face. Queria sair dali. Não conseguia. Estava enclausurado à minha memória, naquele monte de lembranças, pessoas, sentimentos faziam parte de mim. Rancores prendiam-me... Acordem-me, chamem-me de volta para o mundo da superfície, da ilusão. Aqui onde estou é muito profundo, sinto dores, sufoco... O mundo real que estava na submersão não me agradava, não gostei. Alguém me tire daqui, arranca-me, imploro! Estou preso por redes invisíveis... Que redes são essas? Elas me enlaçam... Onde estou? Quem sou? Não sei. Perdi-me entre os que conviveram comigo. Queriam que fosse alguma coisa que almejavam, projetavam... Lembrei-me. Morri. Fim.
by Amun

quarta-feira, 15 de agosto de 2012





NOS EDUCANDÁRIOS DA VIDA...

Uma das coisas que acho mais fascinante na vida é conhecer pessoas. Acho mais fascinante, no contexto da contemporaneidade, manter pessoas [vivemos um momento do transitório, dos descartes, dos (des)usos]. Descartamos velhos, gordos, pobres, e todos aqueles que não consideramos modelos, são tidos como "anormais". Quando tenho oportunidade de conhecer alguém/pessoas, com o tempo, quero saber de suas narrativas de vida, quero conhecê-las, ouvi-las e ser ouvido também. Alguns podem chamar-me de anacrônico; nesse sentido, sou mesmo. Gosto de estar próximo de pessoas que tenho simpatias/empatias, embora às vezes não estou fisicamente, mas, os meus pensamentos de carinho e cuidado ecoam em direção aos que gosto, aos que vivem compartilhando a existência comigo. As pessoas que dividem o "viver' conosco não sabem que são importantes se não exteriorizarmos isso a elas. As bolas de cristais são omissas no quesito "revelação sobre a importância dos outros para nós", ou seja, ninguém adivinha sobre esses sentimentos de valorização das pessoas. Tal (is) sentimento(s) é/são demonstrado(s) no cotidiano, nas adversidades e vicissitudes da vida. Por isso, prefiro ser redundante a ser omisso, falo, ligo, mando mensagens e quando posso, estou próximo em corpo presente das pessoas que amo. A existência deve ser vivida com qualidade, qualidade esta, na amizade, nos amores, nas relações na vida e para a vida. A quantidade pode ser algo que nos remete a fragmentos, liquidez,insatisfação,poder, popularidade, depende da ótica, mas, que sem o mínimo de qualidade, a vida pautada na quantidade é adaga cortante em nosso ser, que fere, deixa cicatrizes e coisifica a nós e aos outros . Reflitamos sobre o que estamos fazendo com nós mesmos e com os outros. Uma das coisas mais tristes da existência de alguém é perceber que a sua vida não valeu a pena, que não houve qualidade nem para acordar e respirar nos dias vividos! Não somos máquinas autômatas, somos seres que transitam no Educandário da Vida para mutuamente crescer , sair da infância e almejar estudos superiores nas estâncias da Vida!
Luz e paz!!!

Texto publicado no facebook no dia 15/08/12

                                                      by Aldo Fernandes!