Há muito
tempo as mulheres estão sendo violentadas nos seus direitos em exercer as
sexualidades como convêm. Eu, ao passo que sou estudante de alguns campos
teóricos relacionados às sexualidades, gênero e discurso e um cidadão
consciente de seus direitos e deveres sociais, abomino a amputação de direitos
às sexualidades, ao exercício destas como direito à sua plenitude. As mulheres,
embora os mais conservadores não creem, têm o direito de se relacionar com
homens, mulheres e/ou outras identidades para gozarem, amarem ( caso queriam).
O gozo não pode circunscrever somente ao lado do (hetero)normativo, do
instituído e aceito como "normal", mas, o gozo pode e deve fazer
parte de todas as identidades que são "anormais"-fora da norma. O
gozo-ar não pode ser algo que está fadado ao fim do "ser homem", do
" ser macho, mas, o gozo-ar pode e deve circundar as intersecções que
permitem vivenciar as sexualidades no meio e fora do centro. Subverter esse
centro significa dizer que, na maioria das vezes, contestamos aquele que domina
e determina o modelo a ser seguido para viver as sexualidades, negamos o
esquadro que anseia tornar "cor-reto" as sexualidades alheias.Dito de
outra forma, refuto toda forma de insubordinação e opressão da outridade
alheia, nego que as sexualidades possam ser controladas por discursos e
práticas aceitas pela sociedade, ainda que saiba que são controladas,
policiadas e governadas para a docilidade . Sinto-me indignado em relação aos
homens machistas e porque não, algumas mulheres ( puritanas-machistas) que não
gozam, não sabem o que é sentir prazer, a não ser, quando, de forma
insubordinada, transam com os seus maridos para procriação porque foram
ensinadas desde o útero materno o que é "ser mulher" e qual deve ser
o corpo governado dessa mulher para ser boa, pura e dócil. Assim, o mito do
sexo para procriação é tratado como se fosse a causa única de ser e estar no
mundo no cumprimento de papeis sociais. Nesse sentido,na medida em que
controlamos o sexo dos outros e o policiamos, governamos os seus corpos e
assim, concordamos com o apagamento desses corpos, corpos sociais mutilados,
desejos invisíveis e negligenciados por uma lógica perversa que se perpetua
desde milênios. Ou seja, todo esse respaldo social serve para dominar e
legitimar as práticas sociais hegemonicamente machistas que excluem a
diversidade humana no uso do atributo afetivo-sexual. Não podemos concordar com
o retrocesso, as mulheres, os gays, as lésbicas, as transexuais, as travestis e
outras identidades de gênero têm o direito de gozarem e não serem
ridicularizad@s na mídia, na sociedade, nas redes sociais, porque gostam de
sexo, gostam de vivenciar o direito ao prazer que durante séculos foram
negados..