terça-feira, 11 de junho de 2013




Diante da reportagem do Bom dia Brasil (10/06/13 http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2013/06/alexandre-garcia-professores-tem-motivos-para-se-afastar-da-escola.html) a respeito das licenças médicas de professores, penso que, tão logo, quero ser o próximo a não ser afastado de licença, mas, sair do serviço público da educação básica. Dificilmente um excelente professor, dessa nova geração, vai se assujeitar à barbárie e ao salário de alguns reais e às violências que são instituídas de diferentes matizes nessa instituição secular. Sou pessimista quando à tela que está sendo expressa na educação brasileira. Vejo como nas artes Expressionistas rostos deformados de professores, de alunos e alunas, do corpo administrativo que cada vez mais se transformam em 'Empresa Empreendedora’. Professores (alguns) não querem deixar o pedestal de, ora vítimas, ora vilões que a sociedade tem construídos através de diferentes discursos que se entrecruzam no tempo e na história. Vejo o caos e a barbárie como marcas presentes em nossa contemporaneidade líquida. Professores não se sentem como referência social (porque nem os ditos "piores alunos" anseiam essa profissão). Alunos e alunas sonham em cursar profissões que a elite tem como meta, mas, que nem se quer possuem letramentos múltiplos para enveredar por caminhos acadêmicos. Não leem o mundo que os cercam e não transformam , só repetem, memorizam como a escola ensinou há muito. Pesquisas? Nem pensar... E nós, professores, continuamos a diplomar a incompetência assim como fizeram com alguns de nós (professores) em diferentes programas de formação de professores no Brasil afora, dando-nos um diploma que certifica para alguns, uma profissão somente que executa o que é imposto. Basta vermos os Cadernos Educacionais que usam como fonte de consulta a Wikipédia em seus textos, total descaso e calamidade. E os professores, que oram reclamam do sistema, não se unem para ir ao Ministério Público saber o porquê de tais livros chegarem somente para os professores e professoras. E os alunos e alunas não acessarem esses 'compêndios da mediocridade' e ainda aceitar tudo como robôs que obedecem. É tão complexo pensar a educação porque muito de nós, por pagar as escolas dos nossos filhos, pensamos que estamos isentos do fracasso do proletariado. Claro que não. Pagamos as escolas no intuito do chamado discurso de vencedores que somos obrigados a internalizar, na esperança de acessarmos a elite brasileira. No entanto, queremos lugares melhores e , como profissionais (alguns), reiteramos discursos elitistas que segregam, excluem, avaliam e categorizam os 'outros'. Ouço categorizações diárias que combato, observo uma escola segregacionista e excludente porque vejo professores e alunos excludentes. Não queremos refletir tanto, porque a reflexão nos causa dor e nos faz sair da zona de conforto e assim, deixamos que o "sempre assim" se materialize dando uma significância de natural nas relações sociais. Desculpem o desabafo, ainda estou de luto pela educação e não digeri a perda que estamos sofrendo juntamente à  violência  imposta a nós professores e professoras, alunos e  alunas...