Diante da reportagem do Bom dia Brasil
(10/06/13 http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2013/06/alexandre-garcia-professores-tem-motivos-para-se-afastar-da-escola.html)
a respeito das licenças médicas de professores, penso que, tão logo, quero ser
o próximo a não ser afastado de licença, mas, sair do serviço público da
educação básica. Dificilmente um excelente professor, dessa nova geração, vai
se assujeitar à barbárie e ao salário de alguns reais e às violências que são
instituídas de diferentes matizes nessa instituição secular. Sou pessimista
quando à tela que está sendo expressa na educação brasileira. Vejo como nas
artes Expressionistas rostos deformados de professores, de alunos e alunas, do
corpo administrativo que cada vez mais se transformam em 'Empresa Empreendedora’.
Professores (alguns) não querem deixar o pedestal de, ora vítimas, ora vilões
que a sociedade tem construídos através de diferentes discursos que se
entrecruzam no tempo e na história. Vejo o caos e a barbárie como marcas
presentes em nossa contemporaneidade líquida. Professores não se sentem como
referência social (porque nem os ditos "piores alunos" anseiam essa
profissão). Alunos e alunas sonham em cursar profissões que a elite tem como
meta, mas, que nem se quer possuem letramentos múltiplos para enveredar por
caminhos acadêmicos. Não leem o mundo que os cercam e não transformam , só
repetem, memorizam como a escola ensinou há muito. Pesquisas? Nem pensar... E
nós, professores, continuamos a diplomar a incompetência assim como fizeram com
alguns de nós (professores) em diferentes programas de formação de professores
no Brasil afora, dando-nos um diploma que certifica para alguns, uma profissão
somente que executa o que é imposto. Basta vermos os Cadernos Educacionais que
usam como fonte de consulta a Wikipédia em seus textos, total descaso e calamidade.
E os professores, que oram reclamam do sistema, não se unem para ir ao
Ministério Público saber o porquê de tais livros chegarem somente para os
professores e professoras. E os alunos e alunas não acessarem esses 'compêndios
da mediocridade' e ainda aceitar tudo como robôs que obedecem. É tão complexo
pensar a educação porque muito de nós, por pagar as escolas dos nossos filhos,
pensamos que estamos isentos do fracasso do proletariado. Claro que não.
Pagamos as escolas no intuito do chamado discurso de vencedores que somos
obrigados a internalizar, na esperança de acessarmos a elite brasileira. No
entanto, queremos lugares melhores e , como profissionais (alguns), reiteramos
discursos elitistas que segregam, excluem, avaliam e categorizam os 'outros'.
Ouço categorizações diárias que combato, observo uma escola segregacionista e
excludente porque vejo professores e alunos excludentes. Não queremos refletir
tanto, porque a reflexão nos causa dor e nos faz sair da zona de conforto e
assim, deixamos que o "sempre assim" se materialize dando uma
significância de natural nas relações sociais. Desculpem o desabafo, ainda
estou de luto pela educação e não digeri a perda que estamos sofrendo
juntamente à violência imposta a nós professores e professoras,
alunos e alunas...