ALMA CARCOMIDA
Minh’alma é triste.
Sou o passado que violentamente
atormenta.
Sou a história esquecida e cunhada no
ser.
Sou o verme e a carne carcomida pela sensata
podridão.
Não respiro.
Aspiro ao que não presta e torna-se
fétido.
Todo o resto que sobra, devoro.
Toda o excesso rumino e regurgito.
Sou o presente existencial.
Depois de corroído pelo tempo, sou o
esqueleto.
A carne está devorada.
A alma está dilacerada.
O nada sobrou.
O futuro não há.
A carne poderá vir a ser.
A alma virá a existir.
Minh’alma é triste porque há felicidade
exacerbada no mundo.
A tristeza que possuo nada mais que uma vontade
de existir.
A alegria contamina o meu ser como uma
doença letal.
Possuo o antiviral da felicidade
gratuita.
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