Uma das coisas que tornam-me liberto das
amarras é que posso ser um em vários. Posso ser o instável, o contraditório, o
volátil, o múltiplo, o transgressivo e transitar entre o centro e a margem.
Posso também ser além das dicotomias, das extremidades, ser o professor, o
filho, o namorado, o cliente, o vizinho etc. Posso ser muitas intersecções que
subjazem o entre lugar do outro, do eu e do nós. Em um mundo dito tradicional,
há muitas pessoas que aprisionam os outros pelos discursos e controles dos seus
corpos, atos e performances. Eu não quero ser controlado pelo outro a partir do
corpo, do cabelo, da suposta finesse e de tantas outras marcas identitárias que
me (auto)constituem. Porque há uma corrente defensiva de ideias normalizantes
e, por isso, hegemonicamente perpetuadas, é que me insiro no lugar de fala do
transgressível que questiona o
instituído e subverte a ordem, para que possa pensar diferente do que sou há um
segundo atrás.
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