Que
data linda: " 12 de junho-dia dos namorad@s". Há tantas implicações na
compreensão dessa data. Primeiro existe o viés que coloca a auto-
realização em função de se ter alguém, alguém que o ideal romântico
"completa", "une". Alguns dizem, "Alma gêmea".Filmes, são vendidos,
ideais de vida são fabricados, sonhados. Há uma gama de setores que
"LUCRAM" com o ideal romântico, não vou nomear aqui porque
ninguém é tão ingênuo, a não ser eu. Até aí tudo bem, eu também
respeito as idiossincrasias dos outros, cada um tem o direito de
acreditar no que quiser, às vezes até sem questionar. Para ser sincero,
quero alguém, mas, não alguém piegas, que de tão carente, pegajoso,
afirma me "amar o tempo todo", sem ao menos ter o amor próprio . Isso
não, não mais, afinal, não tenho paciência para isso... Vivemos "tempos
líquidos", "modernidades líquidas", "medos líquidos" ( na visão do nosso
mestre Zigmunt Bauman), tempos esses em que as pessoas "coisificam" as
outras e as metamorfoseiam em "objetos", buscam por segurança que não
mais existe (no Outro, nos estacionamentos, nos shopping centers, e nos
muros cada vez mais altos cercados por cercas -elétricas ). É a era do
"Amor líquido",frágil, diluído, escorregadio...no entanto, quero
acreditar que mesmo que as pessoas nos "faces" da vida estão felizes o
tempo todo, o que não acredito ser verdade, é possível existir uma
pessoa ou pessoas imperfeita(s) que somam na vida dos outros , pois,
quase todo mundo no palco das espetacularizações supervalorizam as
qualidades que não existem... Amamos tanto os nossos namorad@s que
compramos presentes nessa data "linda", esperando a compensação. Não
percebemos que estamos ancorados por tais justificativas porque estas
foram-nos ensinadas num dado momento para nos subalternizar na vida e na
relação com os outros. São alguns discursos, que seguem, ilustradores
do que afirmo : " gosto de presentear o meu namorado", "acho digno um
presente para el@ , pois,é uma forma de valorizá-lo", " é o Amor da
minha vida, presente que ganhei do Universo , vou retribuir todo o amor
dispensado a mim". Estes são mecanismos sutis que o capitalismo nos
impõe para que , como animais ''adestrados", "controlados", sejamos
condicionados a gastar e consumir vorazmente em nome do suposto Amor.O
que pode deixar alguns tristes é saber que essa data linda vai passar,
outras virão e novas justificativas para se "viver feliz" também
emergirão nos contextos da Existência . Mesmo assim, cada um acredite no
que quiser,pois, o ser humano é governado mesmo quando acha que é
livre e eu não posso fazer nada. Não tenho poderes para tal. Citando
Foucault para encerrar essas reflexões, deixo cada um pensar sobre o que
leu. "Cada sociedade tem o seu regime de verdade, a sua 'política
geral' de verdade: isto é, os tipos de discursos que aceita e faz operar
enquanto verdade." Bom viver para tod@s!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário