terça-feira, 12 de junho de 2012

OS ADESTRAMENTOS AMOROSOS ENSINADOS PARA O CONSUMO...


Que data linda: " 12 de junho-dia dos namorad@s". Há tantas implicações na compreensão dessa data. Primeiro existe o viés que coloca a auto- realização em função de se ter alguém, alguém que o ideal romântico "completa", "une". Alguns dizem, "Alma gêmea".Filmes, são vendidos, ideais de vida são fabricados, sonhados. Há uma gama de setores que "LUCRAM" com o ideal romântico, não vou nomear aqui porque ninguém é tão ingênuo, a não ser eu. Até aí tudo bem, eu também respeito as idiossincrasias dos outros, cada um tem o direito de acreditar no que quiser, às vezes até sem questionar. Para ser sincero, quero alguém, mas, não alguém piegas, que de tão carente, pegajoso, afirma me "amar o tempo todo", sem ao menos ter o amor próprio . Isso não, não mais, afinal, não tenho paciência para isso... Vivemos "tempos líquidos", "modernidades líquidas", "medos líquidos" ( na visão do nosso mestre Zigmunt Bauman), tempos esses em que as pessoas "coisificam" as outras e as metamorfoseiam em "objetos", buscam por segurança que não mais existe (no Outro, nos estacionamentos, nos shopping centers, e nos muros cada vez mais altos cercados por cercas -elétricas ). É a era do "Amor líquido",frágil, diluído, escorregadio...no entanto, quero acreditar que mesmo que as pessoas nos "faces" da vida estão felizes o tempo todo, o que não acredito ser verdade, é possível existir uma pessoa ou pessoas imperfeita(s) que somam na vida dos outros , pois, quase todo mundo no palco das espetacularizações supervalorizam as qualidades que não existem... Amamos tanto os nossos namorad@s que compramos presentes nessa data "linda", esperando a compensação. Não percebemos que estamos ancorados por tais justificativas porque estas foram-nos ensinadas num dado momento para nos subalternizar na vida e na relação com os outros. São alguns discursos, que seguem, ilustradores do que afirmo : " gosto de presentear o meu namorado", "acho digno um presente para el@ , pois,é uma forma de valorizá-lo", " é o Amor da minha vida, presente que ganhei do Universo , vou retribuir todo o amor dispensado a mim". Estes são mecanismos sutis que o capitalismo nos impõe para que , como animais ''adestrados", "controlados", sejamos condicionados a gastar e consumir vorazmente em nome do suposto Amor.O que pode deixar alguns tristes é saber que essa data linda vai passar, outras virão e novas justificativas para se "viver feliz" também emergirão nos contextos da Existência . Mesmo assim, cada um acredite no que quiser,pois, o ser humano é governado mesmo quando acha que é livre e eu não posso fazer nada. Não tenho poderes para tal. Citando Foucault para encerrar essas reflexões, deixo cada um pensar sobre o que leu. "Cada sociedade tem o seu regime de verdade, a sua 'política geral' de verdade: isto é, os tipos de discursos que aceita e faz operar enquanto verdade." Bom viver para tod@s!!!

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