segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Angelus do Ébano

Embalaste a doce noite que descansa o meu corpo.
Devaneios, aparições e prisões os meus sentidos registraram.
Havia um anjo de asas abertas que protegia o meu universo onírico.
Era um meigo e moreno ébano, cujos respingos cintilavam a minha retina.
O seu corpo era esguio e doce como o pau-canela.
O seu olhar era tímido e sensível como o aroma de anis...
Oh, Moreno doce! 
O teu sopro aqueceste o meu corpo.
Venhais das abissais e inconscientes cobiças e materializa o meu desejo...
Libertai-me deste corpo enrijecido de carne.
Alforriai-me das paixões terrenas.
Corpo, Alma, ardor e amor...
Anjo nobre desperta este torpor.
Quero ser o híbrido entre o humano e o etéreo.
Mesmo que isso seja para muitos um despautério.
Almejo ser o profano que toma em seus braços o sagrado,
meu delicado Angelus de Ébano.

Nenhum comentário: