domingo, 2 de dezembro de 2012




Sensações Líquidas...Híbridas...Cíclicas...

Por que sinto isso? Tanta falta de algo que me parece estar em algum lugar. Falta de algo que vivi e por motivos que a vida me forçou, deixei para trás. Quero buscar as personas que ficaram em tempos de outrora e que estão escondidas em recônditos abissais. Quero buscar esse homem e essa mulher que eram destemidos em relação ao amor. Tenho medo do amor. O amor nunca quis segurar em minhas mãos. Brigávamos quando erámos crianças. Passei uma rasteira nele e ele não me perdoou. Quero fazer as pazes com ele. Tenho saudades de antigamente, saudades de tempos de ainda não vividos. Sinto como se estivesse enclausurado, num escafandro de dor e solidão. Convivo no meio da multidão, mas estou sempre sozinho. Não acho nada de interessante nas coisas rebuscadas que me são impostas por essa lógica dita por alguns de “pós-moderna”. Quero viver na simplicidade dos gestos, das falas, dos olhares, das escutas, das atitudes, dos momentos, meramente simples. Quero viver num mundo em que as pessoas sejam criativas, originais e não muito superficiais. Quero poder olhar para as pessoas e não dissimular o que sinto, quero poder dizer o quanto sou alguém que anseia ser feliz. Quero poder dizer ao mundo que tenho algo que possa valer a pena, tenho algo para somar a vida das pessoas. Tenho amor, dor, calor, frescor e sabor pela Vida. Quero pessoas concretas, ‘reais’. Quero pessoas menos perfeitas. Quero pessoas menos formais. Quero pessoas menos ‘perfeitas’. Quero pessoas... O mundo me parece muito em movimento. Movimentos líquidos, híbridos, fluidos. Vejo as relações em movimentos. Por isso vejo as pessoas em movimentos cíclicos. Vejo e sinto os amores em movimentos. Por isso vejo e sinto os amores em movimentos cíclicos.  Vejo e sinto as dores em movimentos. Por isso vejo e sinto as dores em movimentos cíclicos. Sinto as emoções em movimentos. Por isso sinto as emoções em movimentos cíclicos. Tudo é movimento. Tudo são movimentos cíclicos. Quero viver em outros momentos. Por isso quero viver momentos menos cíclicos. Os momentos que tenho por agora não são interessantes. Os movimentos que tenho agora são asfixiantes. Por isso a asfixia torna as relações sufocantes. Por isso a asfixia torna o meu ser asfixiado. Ninguém parece querer olhar para o outro. Talvez para não se notar reconhecido no outro. Parece que poucos têm o olhar contemplativo da vida e das vivências, das experiências. Parece que as sensações, as emoções, os amores, os sentidos estão se AUTOMATIZANDO... Tormentosas dores, amigáveis sensações, vocês estão muito próximas de mim e por isso me fazem pensar e ver que nesse mundo em total desordem, não sou o forasteiro, sou talvez um sonhador, um estrangeiro. Estrangeiro porque vivo fora de um corpo que é forçado a ser o que o outro deseja que seja. Sou um novo homem. Sou uma nova mulher. Uma nova carne. Uma nova alma. Estou comido, carcomido e deteriorado pelo tempo. As marcas em meu rosto denotam a fragilidade que me pus no mundo e para o mundo. As marcas em mim refletem o que o senhor Tempo fez comigo. Refletem marcas tangíveis que não ouso esconder. Minha constituição me faz assim. Minha estória me (des)materializa assim... Dor, minha grande amiga dor. Através de você percebo o quanto sou pequeno e frágil. Pequeno porque tenho pessoas que se acham grandes demais. Frágil porque vejo pessoas que se acham fortes demais. Quero poder dizer e escrever as coisas sem muita coerência. Quero poder dizer o que penso e sinto sem muita coerência. Quero poder gritar e dizer sem muita coerência que, por tudo que vivencio, sinto,(des)aprendo, estou em constante (trans)formação porque sou e estou  Movimento.
by Aldo Fernandes!

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