Sensações Líquidas...Híbridas...Cíclicas...
Por que sinto isso? Tanta falta de algo que me parece
estar em algum lugar. Falta de algo que vivi e por motivos que a vida me
forçou, deixei para trás. Quero buscar as personas que ficaram em tempos de
outrora e que estão escondidas em recônditos abissais. Quero buscar esse homem
e essa mulher que eram destemidos em relação ao amor. Tenho medo do amor. O
amor nunca quis segurar em minhas mãos. Brigávamos quando erámos crianças.
Passei uma rasteira nele e ele não me perdoou. Quero fazer as pazes com ele.
Tenho saudades de antigamente, saudades de tempos de ainda não vividos. Sinto
como se estivesse enclausurado, num escafandro de dor e solidão. Convivo no
meio da multidão, mas estou sempre sozinho. Não acho nada de interessante nas
coisas rebuscadas que me são impostas por essa lógica dita por alguns de “pós-moderna”.
Quero viver na simplicidade dos gestos, das falas, dos olhares, das escutas,
das atitudes, dos momentos, meramente simples. Quero viver num mundo em que as
pessoas sejam criativas, originais e não muito superficiais. Quero poder olhar
para as pessoas e não dissimular o que sinto, quero poder dizer o quanto sou
alguém que anseia ser feliz. Quero poder dizer ao mundo que tenho algo que
possa valer a pena, tenho algo para somar a vida das pessoas. Tenho amor, dor,
calor, frescor e sabor pela Vida. Quero pessoas concretas, ‘reais’. Quero
pessoas menos perfeitas. Quero pessoas menos formais. Quero pessoas menos
‘perfeitas’. Quero pessoas... O mundo me parece muito em movimento. Movimentos
líquidos, híbridos, fluidos. Vejo as relações em movimentos. Por isso vejo as
pessoas em movimentos cíclicos. Vejo e sinto os amores em movimentos. Por isso
vejo e sinto os amores em movimentos cíclicos. Vejo e sinto as dores em movimentos. Por isso
vejo e sinto as dores em movimentos cíclicos. Sinto as emoções em movimentos. Por
isso sinto as emoções em movimentos cíclicos. Tudo é movimento. Tudo são
movimentos cíclicos. Quero viver em outros momentos. Por isso quero viver
momentos menos cíclicos. Os momentos que tenho por agora não são interessantes.
Os movimentos que tenho agora são asfixiantes. Por isso a asfixia torna as
relações sufocantes. Por isso a asfixia torna o meu ser asfixiado. Ninguém
parece querer olhar para o outro. Talvez para não se notar reconhecido no
outro. Parece que poucos têm o olhar contemplativo da vida e das vivências, das
experiências. Parece que as sensações, as emoções, os amores, os sentidos estão
se AUTOMATIZANDO... Tormentosas dores, amigáveis sensações, vocês estão muito
próximas de mim e por isso me fazem pensar e ver que nesse mundo em total
desordem, não sou o forasteiro, sou talvez um sonhador, um estrangeiro.
Estrangeiro porque vivo fora de um corpo que é forçado a ser o que o outro deseja
que seja. Sou um novo homem. Sou uma nova mulher. Uma nova carne. Uma nova
alma. Estou comido, carcomido e deteriorado pelo tempo. As marcas em meu rosto
denotam a fragilidade que me pus no mundo e para o mundo. As marcas em mim
refletem o que o senhor Tempo fez comigo. Refletem marcas tangíveis que não
ouso esconder. Minha constituição me faz assim. Minha estória me (des)materializa
assim... Dor, minha grande amiga dor. Através de você percebo o quanto sou
pequeno e frágil. Pequeno porque tenho pessoas que se acham grandes demais. Frágil
porque vejo pessoas que se acham fortes demais. Quero poder dizer e escrever as
coisas sem muita coerência. Quero poder dizer o que penso e sinto sem muita
coerência. Quero poder gritar e dizer sem muita coerência que, por tudo que
vivencio, sinto,(des)aprendo, estou em constante (trans)formação porque sou e
estou Movimento.
by Aldo
Fernandes!
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